Ontem... depois de tanto me contorcer, resolvi contar a verdade.
É imprecionante como depois que você conta aquilo tudo, que estava engasgado, te dá um alívio tão grande, que pode até que a pessoa nem sinta o mesmo, mas você já ter feito a sua parte, melhora tipo, 100%.
Depois da melhor resposta que poderia ter tido, mesmo que não pro melhor lado, no caso aquele que o coração queria, sinto-me livre e sem remorso algum.
Contar-lhe toda a verdade, saber que você também sabe, deixou transparecer em mim outra vez a vontade de deixar oculto. Mas agora era tarde.
Oculto, nada teria mudado.
É fácil ocultar de novo. Leva tempo, mas é assim que foi da primeira vez.
Tempo é uma coisa que aprendi que tenho muito, pelo menos em relação aos meus sentimentos.
Tenho tempo de sobra pra poder entendê-los, e saber qual era a hora de deixar que se mostrem ou não. Farei o possível e o impossível pra poder não mostrá-los agora. Porque não quero, e também porque não posso.
Seria um ato de morte pra nossa amizade, porque você ficaria perdido, e sem saber o que fazer, iria fugir. E não quero isso de jeito algum.
Adoro demais você pra querer que se afaste dessa maneira tão sombria e sem motivo que possa vir a fazer.
A melhor maneira de se dizer algo que sente, que não é a mesma coisa, é como você fez.
Não faz sofrer. Não traz tristeza. Não deixa rancor. Não deixa chorar.
Cuidou tão bem das palavras, que até me fez chorar, mas de alegria.
Seu zelo, carinho, dedicação e cuidado com cada palavra que escreveu (quase posso ver o qto tempo demorou pra escrever), é o que me fez pensar na burrada que fiz em contar.
Como te disse, me permito gostar... mas não mais amar. Porque primeiro que nem sei o que é isso. Não do jeito que deveria ser. Amar os amigos, pais, sim. Mas é um sentimento diferente. Mas por eu já ter passado pela tal da rejeição, e das piores possíveis, quero me privar cada vez mais desse sofrer. Não ser amado do jeito que se quer, dói, machuca, deixa marcas irreparáveis.
Quero simplesmente viver o que tenho pra viver.
Não sei se um dia vou me permitir amar e deixar que alguém me ame. Porque da última vez pisei demais na pessoa que dizia sentir isso. Me assusta. Porque nunca tive isso. E nas duas vezes que pensei e disse o que sentia, a cacetada foi maior que o próprio sentimento. Sofri demais e jurei que não iria mais me permitir dizer e me dissessem a mesma coisa.
Não é culpa de ninguém do agora. Mas sim de alguém que infelizmente teve que passar pela minha vida pra que eu pudesse ter uma.
Queria que o sol nascesse no sul...
Pra que eu pudesse ver o tchau todos os dias da minha janela.
Lile